ph capa: auto-retrato Camaleoa, 2007
paulicéiadesvairadaséculoXXI
acorda entre sonoridades desconexas e abre os braços pro Sol, se jogue sobre os telhados ou perca-se nos labirintos sem fim. Deixa entrar a luz, entre relâmpagos e líquidos, os sons da cidade, as sombras da madrugada. Percorro seu corpo de cabelos desalinhados e pele cheirosa, quando sinto as intensidades dos pecados e dos perdões. Mergulhamos de cabeça nas paixões. Na grande cidade, de calçadas irregulares e asfalto quente, estranho é o sujeito que buzina desvairadamente em cada esquina e não a puta que sorri. Ou a garota gótica que fixa seu olhar entre piercings, metal-rock, sempre em noite de Lua. The Girl in the Other Room como canta Diana Krall, Luzes, tintas e poesias acompanhando jazz; não há razões nem des-razões, nem cores definidas. Em cada quarteirão, assim como o céu brilha diferente a cada manhã, não sou eu nem sou você. A manhã nublada nos ensina a ouvir a música e sentir o incenso. Abra os olhos pra saudar a Lua e abrace bem aos quartos crescentes, dissonâncias entre sons de Miles Davis misturados ao andar rápido de quem vai nem sabe onde. John Cage, pinturas de Frank Stella, colagens rasbiscadas, o som do rádio & fusion nas telas quase brancas que significam os meus próprios ritos de renascimento, de corpo e espírito. Faz calor sobre a cidade, mas seu corpo nu sentindo a brisa me alimenta de paixões enquanto me abraça e quando faz amor; também tem o vento e depois a fruta, o vinho tinto, boca molhada e os suores. Sou você em cada dia, o abraço da tarde morna, o cheiro da flor; talvez em nenhum lugar seja assim e será sempre quando nossos olhares sempre se cruzarem mais uma vez.
EduardoBarrox
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