jornal com seis letras para se fazer poesia e arte de correr atrás da garota em dia de chuva pela praça em que crianças não sonham mais como Calvin & Haroldo voando sobre a patinete falando de sonhos finitos e liberdades nem tão impossíveis assim como uma vez quando BarroxLilian&Rebecca sonharam JornaldaPraça em conversas pela praça entre um berim-berim e um sanduíche de pernil na barraca da Ângela. e garrafas vazias sobre a mesa 7 no Consulado Mineiro. sete anos. e de novo a música no rádio do carro, pela estrada, on the road again, com vento nos cabelos a assoviar João Gilberto ou Nara Leão em noites de lua cheia com o cachorro de língua de fora feliz de língua de fora com as orelhas balançando com o vento com a língua de fora. Mais uma vez perguntam com quantos paus se faz uma canoa e a resposta para o que não se tem resposta são as letras no papel offset enquanto a menina se exibe em sua micro-saia bem em frente ao Espaço Plínio Marcos e Junior Lopes desenha, desenha freneticamente cabelos desalinhados e uma boca grande que engole língua e beijos quentes e molhados durante o sol meio morno de uma tarde de sábado de inverno. era uma vez um fotógrafo maluco e seus elepês empoeirados e seus livros de Hemingway, poemas bêbados de Charles Bukowski, hotéis baratos de Arturo Bandini & palavras, palavras, mais uma porção delas de Henry Miller, Hilda Hilst, Saramago, James Joyce, Ferlinghetti, Roberto Piva, Jack Kerouac, Pagu, Allen Ginsberg e o Uivo, baby, William Burroughs e mais copos de pinga com delícias do chef Fernando Carneiro na sacada ao vento frio da Cônego Eugênio Leite. Jazz o corpo da namorada que se espreguiça no sofá fazendo caretas e bocas e chamando a atenção de Joe enquanto ele fotografa suas pernas nuas sobre as almofadas vermelhas no estúdio da Oscar Freire e os gatos caminham sonolentos pelo quintal. Black cat, o passado é um rio maldito - acho que ele leu isso em algum livro - e diz baixinho que tudo vai ficar bem. pode ser, ninguém sabe, mas a verdade é que todas as fotografias em preto&brancoemcor descansam sobre a penteadeira do quarto enquanto a guitarra geme gostoso no Teta Jazz Bar. noites de embriaguez, sórdidas lembranças, há um pouco de areia da praia em suas camisas e aquele cheiro de amor de quando tudo era simples, belo e mágico.
Camaleoa é editora do Jornal da Praça.
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