mercoledì, giugno 13, 2007

divulgação
FESTEJOS JUNINOS
na Território Brasil
em junho o destaque da galeria foram os trabalhos dos fotógrafos Luciana Cattani e Gabriel Boieras com fotografias do projeto Brasil em Festas, registros da diversidade cultural brasileira. Na exposição, os festejos juninos que fazem parte dos calendários de turismo e entretenimento em várias partes do país. A Galeria Território Brasil fica na rua Mateus Grou, 580, em Pinheiros.

domenica, giugno 10, 2007

divulgação
Júlio Andrade e Tainá Müller

Beto Brant e Renato Ciasca dirigem Cão Sem Dono, baseado no livro Até o Dia Em Que o Cão Morreu, de Daniel Galera, que conta a história sobre o encontro de Ciro - recém-formado em Literatura e em meio à uma crise existencial - e Marcela, uma ambiciosa modelo em início de carreira e obsessiva pelo trabalho. O filme é estrelado por Júlio Andrade e Tainá Müller e o escritor Marçal Aquino assina o roteiro junto com Brant e Ciasca. Daniel Galera é apontado pela crítica como um dos destaques da nova geração de escritores brasileiros. O livro que deu origem ao filme acaba de ser reeditado pela Companhia das Letras. Mais informações: www.dramafilmes.com.br/caosemdono.

venerdì, giugno 08, 2007

Jornal da Praça#52

Valéria Pereira usa acessórios V&V Bijoux
produção Camaleoa, assist. produção Valdete Pereira
ph Barrox, 2007
I

É no seio
que começa o caminho
do veio,
que fica no meio
do continente,
onde medram florestas (nunca virgens),
odores variados, carúnculas curtidas
em saliva, espasmos inefáveis e
micróbios letais em vinagrete

II

Deita e não te movas,
Por enquanto,
Deixa que o planeta invente,
por nós,
posições fundadas na hora,
inaugurais e precursoras.
Sem atritos ferozes,
Hiperêmicos,
Mas parcos e sinceros gemidos cavos,
Lubrificaremos os mancais do mundo
Na eternidade de segundos:
- juntos.

III

Alavanca de fogo,
chama de espírito-santo,
avança e arranca
da alavanca,
bica de gerações,
em rotações atômicas,
vibrações e gosma.
Gosma que cola o céu à terra.

IV

Eu estava cortando a barba
como quem poda catuaba
em lua certa, e de foda:
cheia.
Era sábado e vi,
entrando pelo espelho
(e o barbeiro viu)
o que não era de ser visto
sem mexer,
pois que que mexia nervos e movia
pênis em maré-mansa na rua.

Ó insólita, liquidificadora e anônima
visão:
trago-te a marca na faze e,
na alma, até hoje
o mistério
inacessível
do hemisfério
partido em dois.

No verão, só bebo gim,
assim:
dois cubos de gelo
para três do líquido alérgico.
No pensamento, uns pêlos
De conhecido púbis.
Na pica, tesão.
Alguns versos pícaros de Bocage
(pra rimar com sacanage)
e estou feito.
Nem mais um ingrediente
pro tempo quente
ou pra tempero
da função:
atéia, à toa, sin conrazón.

VI

Não lhe cabe dar mais do que isso:
um palmo de chouriço,
ou de caralho - e quiser
Preto faz bem ao sangue,
imprevistamente flamengo.
Vire, assim, com certo dengo:
agora, o rabo,
é tudo,
meu bem,
como meu menu:
- não há nada como um cu
ou um bife terminal,
no comprido traseiro da aurora
que,
- nas asas dos anjos,
airosamente se arregaça
- e vem.
RosárioFusco
Carpricorneanas, do livro Creme de Pérolas, inédito.
Rosário Fusco era um desses caras apaixonados por literatura, com 11 livros debaixo do braço, sempre sendo apertado por algum banco, mas nada que umas músicas tidas como cafonas, pela garotada da época, não o deixasse calmo. O problema dele não era dinheiro, era beleza. Beleza! Sua literatura era visceral e é considerado precursor do realismo fantástico (em 1947, com O Agressor), bem antes de Murilo Rubião e José J. Veiga. Abortou o Modernismo! Na arte Moderna não há escolas, nem nada. Portanto, cada um pra si (...) Nada de partidos. Nada de polêmicas. Nada. Nada. Nada! Dizia num manifesto na Revista Verde (1927-1929). Fusco era de Cataguases, filho de lavadeira mulata e de um italiano. Casou cinco vezes. Foi considerado maldito e irreverente e é comparado a Kafka e Dostoievski. Morreu, dia 17 de agosto de 1977, com sua esposa Annie e sua inseparável garrafa de whisky, isolado e desiludido. Um de seus livros, reeditado e já nas livrarias, é o romance a.s.a – associação dos solitários anônimos (Ateliê Editorial), Coleção Lê Prosa, organizada pelo escritor pernambucano Marcelino Freire. $ 38, (290 pg.). (Camaleoa)