lunedì, maggio 12, 2008

edição#63, abril-maio 2008, ph Barrox
Benedito

Mostra São Paulo seu cartão postal de tarde ensolarada em dia de sábado na praça com todas as suas garotas em pernas e colos nus entre colares e lenços e máquinas fotográficas e livros e vinis e cadeiras e quadros pendurados pelas esquinas da Cardeal e Teodoro Sampaio entre carros e motos envenenadas porque não há mais nenhuma razão para esperar ou para correr – basta sentar e enamorar-se de cores e cheiros, talvez de carinhos e beijos enquanto alguém escreve autógrafos ou desenha ou pinta uma tela em branco e transborda tinta em concreto quando tudo parece estar (semi) morto numa completa inexistência de sonho ou romance. Poderia ser Paris ou Nova York, mas é certo que a poesia se diluiu e tranformou-se em outra coisa, mas ainda há quem suba em árvores e cante mesmo quando o (falso) silêncio permeia a possibilidade de se fazer arte – que seria a mesma coisa de se celebrar o dia.

Camaleoa

giovedì, maggio 08, 2008

ph Carolina Millor
Vivian Amarante é uma artista brasileira, que vive em Barcelona há 4 anos. A arquitetura de sua música nos remete a construções de uma poeta analítica que recorta da vida trechos cotidianos com delicadeza e profundidade, um convite a ouvir e pensar, sorrir e chorar, dançar.
Vivian está no Brasil gravando seu primeiro disco, com instrumentistas brasileiros. Noite dessas, de passagem e chuva pela Benedito Calixto, foi como se estivesse sendo levada pelo vento. À medida que ela me mostrava suas letras e melodias, senti um gosto peculiar do nosso país muito bem resolvido e misturado ao cheiro de café no ar, que pairava tranqüilo enquanto borboletas coloridas podiam dançar junto aos mosaicos dos jardins de Gaudí, tudo ao mesmo tempo. O trabalho, agora bem solidificado e às vésperas de ser projetado para o mundo, merece ser conferido.
Lilian Alves