lunedì, luglio 16, 2007

portão lateral de pizzaria no bairro da Moóca, em São Paulo
mera coincidência ou estava escrito nas estrelas?

corrUpçãoII


fotografia & texto por Rebecca Navarro Frassetto

A cabeça anda cheia de nomes impossíveis de decorar. Quando me acostumo com a graça de um dos bacanas que tem feito estardalhaços neste país logo aparecem outros. Que não bastasse serem muitos vêm sempre com seus respectivos apelidos. O que não deu pra ver até agora foram cabeças rolarem. Não vi. Mas já era pra ter visto. Ao invés disso, vi o Senador Renan Calheiros, bem sucedido pecuarista, ao lado do Lula com a tocha do Pan como se não houvesse nada melhor pra fazer do que segurá-la (ao menos devia estar quente feito a batata que eles têm jogado de um lado pro outro) num evento que custou mais do que estava previsto e teve suas obras atrasadas pra 3º mundo nenhum botar defeito. Vi o conselho de ética do Senado, comandado pelo suplente da Marina Silva, Sr. Sibá Machado e depois pelo questionável Leomar Quintanilha, com o rabo entre as pernas. O relatório do arquivamento do caso Renan sempre prestes a ser votado. Dias e mais dias sem alguém pra assumir a relatoria depois de Epitácio Cafeteira e Wellington Salgado terem desistido.
Vi o tetra-governador do Distrito Federal, (agora pelo menos e graças aos deuses) ex-senador, Joaquim Roriz, pedir sua renúncia pra sair de fininho após terem flagrado uma conversa onde ele repartiria o troco (de um milhão e novecentos mil reais) com algumas pessoas para então continuar pedindo votos ao povo com a forcinha de Nossa Senhora. Vi o Suplicy querendo fazer jus a minha dignidade mas, claro, impedido pelo partido (qual mesmo?) porque dignidade limitou-se às definições do Aurélio, pai dos burros.
Explicado! Afinal de contas enquanto o Lula teve dores de cabeça neste último mês, de um lado graças à imprensa malvada que só sabe falar mal deste país carente de elogios (de educação, segurança, proteína, cálcio e sais minerais) e do outro às acusações de seu (dele...) irmão fazer parte dos esquemas da operação xeque-mate que ficou esquecida como se fosse um joguinho de damas qualquer. Além de ter se perguntado como foi aceitar ser padrinho do filho do cabeça no crime das máquinas caça-níqueis (literalmente).
Figurinhas outrora tão comentadas como Zuleido Veras não pagaram por seus crimes e andam escrevendo cartas aos ex-antigos clientes que, convencidos, seguirão em frente em seus negócios-bomba. Porque o ilegal dá direito à impunidade, corriqueira no país do Cristo-Maravilha. Dá direito a furar fila no embarque do aeroporto e a travar as votações de interesse da Nação. É a impunidade que salva cabeças como do José Dirceu, Delúbio Soares, Valdomiro Diniz, com o perdão da palavra Paulo Maluf, Celso Pitta e tantos outros que hoje devem apenas debochar da nossa cara enquanto brindam sua inocência – BINGO! - em todos os cantos desse país do carnaval corrupto, véio e sem porteira que por dados históricos comprova: a justiça nunca puniu um político sequer.
E nem precisa entender muito do assunto pra ver como o ilegal é bacana no Brasil. Vem do lado de fora da porta, no balcão do boteco, entre uma conversa e outra, vira e mexe alguém por perto sempre grita DEU VACA (25 – 500 – dois milhões e duzentos), NA CABEÇA! Agora, ELES devem sair de férias. Exaustos. Feito você e eu. Repousemos neste inverno globalmente aquecido enquanto a chuva não vem. Façamos as contas de quantos remédios pra dor-de-cabeça poderíamos comprar com os 54 bilhões desviados nos últimos quatro anos. Encosta tua cabecinha no meu ombro e relaxa.

1 commento:

Débora Aligieri ha detto...

O mais irritante é a cara-de-pau deles reafirmando inocência e sorrindo. O Estado democrático de direitos é uma ilusão, porque só pobre e preto é condenado. Pecuarista rico jamais! Bela coluna!