venerdì, ottobre 26, 2007

capa: poeta Débora Aligieri por Eduardo Barrox, produção Camaleoa
CORRUPÇÃO V
por Rebecca Navarro Frassetto

No Brasil, em moda no mundo todo (embora disso só tirarem proveito alguns estilistas, poucos músicos e o Carlinhos Brown) está na moda muita coisa que no final a gente nem sabe do quê chamar.
Mulher beijar mulher na boca fingindo que é lésbica pra atrair os homens, tá na moda. Não falar nem escrever mais em gerúndio, além de estar na moda já é quase perigoso. Mudar de partido é coisa que está na moda há muito tempo mas periga ficar démodé. Aí, quero ver o deputado fashion, Clodovil Hernandes, reclamar da falta de afagos de seus pares. Aliás, falar "pares" está na moda também depois que o senador Renan Calheiros traiu os seus. Renan então, está muito na moda. Não sai da cadeira do senado nem das capas de revista (e mesmo que saia vai continuar na moda, como não?). Por isso acho desnecessário falar dele, aqui, novamente. Agora vou falar de outros assuntos da moda. A Polícia Federal, trabalhar duro e ver investigações (que agora se limitam aos pobres mortais) irem por água abaixo. O filme (pirata) de tropa de elite. A censura. Adesivos com a frase "tem que ter catiguria". O presidente da república com a máxima "nunca antes na história deste país". Os corriqueiros " eu não sabia de nada" que abraçam a nação. Cunhar pessoas com opiniões coerentes de "elite golpista". Senadores acuados com medo de terem algo exposto no ventilador. Os gastos (ainda) exagerados com propagandas que, segundo me explicou o prefeito da capital paulista, são obrigatórias. A playboy de outubro.
E na tendência da patifaria republicana, 15 anos se passaram desde que arrancamos o Fernando Collor da presidência pra presenteá-lo com o cargo de senador da república, que como se vê e se sabe, não dá taaanto trabalho, mas status, muita grana (de quem mesmo?) e aquela borrachada geral na história. Ai se a moda pega...


TRÊS POETAS

Silvia Vasconcellos
Desejos arranham minha anca
Meus lábios rosé
Salivam visco brando branco
Ossos e músculos ronronam em ressonância
Minhas garras se abrem
E fisgam minha presa fresca
Pulso seu sangue
Tinto distinto
Depilo minha razão
Visto seus pêlos
Chupo como saca-rolhas
Lambendo gotas de cheiro
Imundo meu cálice
Embriago meu grelho
Cedo meu ventre
Troco minhas agulhas
Repletas de veias
Espalho o suco sugo ofegante
Sugando espasmos de medo
Brinco com o dedo
Fazendo vibrar o êxtase
Brindo em transe
Mordo os beiços
E saúdo
Embrulhada para viagem


Célia Ladeira

Vestida de poesia
me desnudo
e inquieto fica o sexo da minha inspiração.
Latejando
dentro do mais profundo eu
vibra na dança do verbo enlouquecer.
Despida de sentimentos
que transbordam,
me entrego aos versos
e eles brincam de acariciar mamilos
inspirados pelo cheiro úmido
que vem das pernas semi abertas
para o olhar do mundo.
Impregnada do gozo
de poetas sonhadores
declamo palavras escritas no seu corpo
sem pontos ou vírgulas sem decência.
Desencanto o amor,
enalteço a dor vadia que consome
a palavra não dita
o gesto a reticência...


Michelle M.

A. Ginsberg
Não pense ser o único
Na plástica moldada
-ADIANTE-
Espera encostado em;
Um poste cintilante
Facilmente Neurótico
Indeciso Catatônico
-AZUL-

Acima, abre-se sobres as!
nossas cabeças a terra
Abaixo pés plantados.

Costuro um lençol de reves
Suor Volúpia Gozo Torpor

A moral declarou que
A arte está em flagelos
-ENTÃO-

Pego uma idéia no ar e
Escorro a tinta capitalista
Mais atraente ao leitor
A.Ginsberg
Não pense ser o único
Esta intuição fantasma
Em minhas células-prontas.

Estou a margem tal rude
Como o balanço do ônibus

Na estrada esburacada
E me engano, vejo minha
Lágrima escorrer nos

Rostos das viúvas de guerra
Só farei a última ex
-EXPERIMENTAÇÃO-
Neste corpo/espírito
Despeço-me deste corpo
Deste espírito
-ASPIRINA-

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