giovedì, dicembre 20, 2007


I HAVE A DREAM - teria dito Martin antes de levar um tiro - but I também sonho com terras e mares e fronteiras de girassóis e sorrisos e canções sobre liberdade em que toquem rock ou jazz ou bossa ou cantigas de roda sem discussões tolas sobre direitos e deveres. No sonho não tem papéis amassados nas ruas, nem livros jogados na fogueira ou abajures com peles tatuadas, nem vítimas do sistema, muito menos censura de pensamentos ou da expressão da arte. É possível que neste sonho alguns ladrões de sonhos devam ser demitidos mas, afinal, quem sente falta de político sacana? Para que jovens nunca mais sejam torturados e assassinados e massacrados por seus próprios sonhos de estradas e mochilas e guitarra por velhos cagaregras de leis e normas de condutas para troca de favores em novos armamentos e mais lucro para aqueles que (fingem) manter a ordem.
eU tEnHo UM SonHo de simplicidade como o de Hemingway com seu velho e o mar e toda aquela coisa de dignidade que já não existe mais com o suor do rosto, com a palavra de um Homem e a esperança no próprio trabalho e a fé nos deuses não mais usada como desculpa ou subterfúgio para novas/velhas explorações para construções suntuosas de PODER velado sob o medo a insegurança a ignorância do pobre que sobe e desce a avenida e acredita em diploma, MBA(argh!), na força de um partido no homem presidente eleito do povo e para
O Povo sacrificado e desonrado num cerceamento de opiniões e cálculos e estatísticas comprobatórias de extorsões. Coisas que - no sonho - fariam com que ele fosse julgado num tribunal de sonhadores por traição ao sonho – sem nenhuma ou qualquer manipulação de SONHOS que façam parecer vãos os preconizados por martinlutherking ou jesus ou buda ou francelmoduarte ou luizfláviocappio ou aquela senhora que anda horas num ônibus cheio pra ter direito ao trabalho mínimo e um um prato vazio.
A banda passa todo dia e a propaganda pretende enganar com soluções em rótulos para nossas (in)felicidades – bandanas de idiotas da modernidade em consumos profanos de (des)necessidades em transformando objetos em sonho e griffes em bens de consumo e tantas outras bugigangas importadas para somente parecer gente, sem saber que não é bem assim. Ou o lugar onde a fruta esteja ao alcance das mãos - madura e suculenta - sem ter de pagar dólares e sangues por isso, nem de outros índios ou crianças ou velhinhos. Para que enfim o fundo do quintal do nosso país seja Cocanha e não depósito dos nauseantes lixos culturais e industriais sabe-se lá vindos de onde. Um lugar onde seja possível brincar com o lúdico do que somos e a fantasia que criamos de nós mesmos em prosa poética ou pinceladas abstratas sobre o que um dia fomos ou podemos ser.

Camaleoa, editora associada do Jornal da Praça

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